ATA DA
OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 23.10.1996.
Aos vinte e três dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e
noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu
D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos
cópias da Ata da Octogésima Sessão Ordinária, que foi aprovada. Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nºs 447 e 448/96, do Senhor Prefeito Municipal; 1647 e
1651/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do
Estado/RS; Telegramas: do Senhor Antonio Britto, Governador do Estado/RS; da
Senhora Ana Amélia Lemos, Diretora da Rede Brasil Sul de Comunicações/DF; da
Senhora Cinara Ribeiro Silveira, Secretária de Documentações Históricas do
Gabinete da Presidência da República; da Deputada Estadual Maria do Carmo Bueno
e do Senador José Fogaça; Fax: do Major da Brigada Militar Afonso Araújo da
Cunha. A Seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, Tribuna
Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Carlos Corrêa
Martins, da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Jardim Camaquã -
ACOMOJACA, que discorreu sobre a regularização fundiária do loteamento do
Jardim Camaquã. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Ávila hipotecou a
solidariedade do PDT à luta dos moradores da Vila Camaquã. O Vereador Pedro
Américo Leal falou sobre o falecimento do General Andrade Serpa, discorrendo
sobre sua vida e suas realizações. Em prosseguimento, fez-se um minuto de
silêncio a requerimento do Vereador Pedro Américo Leal, em memória do General
Antônio Carlos de Andrade Serpa. O Vereador Reginaldo Pujol reportou-se ao
pronunciamento do Vereador Pedro Américo Leal, falando também sobre a
regularização fundiária da Vila Jardim Camaquã. O Vereador Luiz Negrinho
discorreu sobre a necessidade de fechamento da Rua Jaguari, transformando-a em
Rua de Recreio. O Vereador Raul Carrion reportou-se ao tema da Tribuna Popular,
dizendo que a matéria pertinente à regularização fundiária deve ser tratada
pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação desta Casa. O Vereador
Antonio Hohlfeldt registrou o descaso com que a Administração Municipal tem
tratado o problema da desapropriação do prédio onde está localizada a sede do
Grupo de atuadores “Oi nóis aqui traveiz”. Na ocasião. O Senhor Presidente
apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Artur Zanella, nos dias
vinte e três e vinte e quatro do corrente mês, dando posse à Suplente Letícia
Arruda, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. A seguir, o Senhor
Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Clóvis
Ilgenfritz no dia de hoje, dando posse ao Suplente Gérson Almeida, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. A
seguir, foi aprovada Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Airto Ferronato
do dia de hoje ao dia vinte e cinco de outubro do corrente ano, dando posse, o
Senhor Presidente, ao Suplente Wianey Carlet que prestou juramento, informando
integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Bernardete Vidal falou de sua satisfação em retornar a esta Casa,
discorrendo sobre a legislação que assegura a reserva de vagas nos concursos
públicos do Município para deficientes físicos. Às quinze horas e vinte
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e vinte e um minutos, constatada a existência de “quorum”. Em
PAUTA ESPECIAL, 4ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nºs 49,
50, 51, 52, 53/96. Logo após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Jocelin
Azambuja solicitando o ingresso imediato na Ordem do Dia. Em continuidade, foi
aprovado Requerimento do Vereador Milton Zuanazzi solicitando alteração na
ordem de votação da matéria constante nesta Ordem do Dia. A seguir, em Votação,
as Emendas destacadas do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94.
Após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Elói Guimarães
e Guilherme Barbosa, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, foi aprovada a Emenda nº 30 ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 28/94, por dezessete Votos SIM e treze Votos NÃO, votando Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu
D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Wilton
Araújo, Letícia Arruda, Bernadete Vidal e
Não os Vereadores Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Raul Carrion e Gérson Almeida. A
seguir, em votação nominal solicitada pelo Vereador Henrique Fontana, foi
rejeitada a Emenda nº 46 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94,
nos termos do artigo 82, § 1º da Lei Orgânica do Município por quinze votos SIM
e treze votos NÃO, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Dilamar
Machado, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz,
Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Bernadete Vidal e Não os Vereadores Décio
Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton
Zuanazzi, Letícia Arruda e Gérson Almeida. Logo após, foi rejeitada a Emenda nº
56 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Raul Carrion, por doze Votos SIM, quatorze Votos NÃO e
uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Dilamar Machado, Elói Guimarães, Isaac
Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Letícia Arruda, Bernadete Vidal, Não os
Vereadores Clênia Maranhão, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Raul Carrion, Gérson Almeida, e
optando pela Abstenção o Vereador Fernando Záchia. Em continuidade, foi
aprovada a Emenda nº 57 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94.
Após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, Raul Carrion e Reginaldo Pujol, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, foi aprovada a Emenda nº 62 ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94, por dezessete Votos SIM, e
doze Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Wilton Araújo, Letícia Arruda, Bernadete Vidal, Wianey Carlet e Não os
Vereadores Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Raul Carrion, Gérson Almeida. Em Votação, as Emendas não destacadas do
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94. A seguir, foram aprovadas as
Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 09, 10, 14 e 19 ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 28/94, declarando o Senhor Presidente que a aprovação da Emenda
nº 09 determinou a prejudicialidade da Emenda nº 53. Em votação nominal
solicitada pelo Vereador Henrique Fontana, foi rejeitada a Emenda nº 25 ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94, por dez Votos SIM, quatorze
Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Bernadete Vidal,
Wianey Carlet, Não os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Letícia Arruda, Gérson Almeida e optando pela
Abstenção os Vereadores Fernando Záchia, Mário Fraga e Pedro Américo Leal. Em
Votação, foi rejeitada a Emenda nº 26. Em verificação de votação solicitada
pelo Vereador João Dib, foi rejeitada a Emenda nº 28, por oito votos SIM,
quinze votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Fernando
Záchia, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol, Bernadete Vidal, Não
os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Décio Shauren, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Letícia Arruda, Gérson Almeida, Wianey Carlet
e optando pela Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Mário Fraga e
Pedro Américo Leal. Em Votação foram aprovadas as Emendas nºs 37, 38, 39 e 40.
Em Votação nominal solicitada pelo Vereador Henrique Fontana, foi rejeitada por
quatro Votos SIM e vinte e dois Votos NÃO a Emenda nº 41, votando Sim os
Vereadores Isaac Ainhorn, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Bernadete Vidal e Não os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Décio Shauren, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton
Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Letícia Arruda, Gérson Almeida, Wianey
Carlet. Em Votação foram aprovadas as Emendas nºs 42, 43, 44 e 45. Em votação
nominal solicitada pelo Senhor Presidente, foi rejeitada por três Votos SIM,
dezenove Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, a Emenda nº 52, votando Sim os Vereadores
Jocelin Azambuja, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, votando Não os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Décio Shauren, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo
Leal, Raul Carrion, Gérson Almeida, Bernadete Vidal, Wianey Carlet e optando
pela Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib e Mário Fraga. Em Votação
foram aprovadas as Emendas nºs 54, 59, 61, 63 e 64 e foi rejeitada a Emenda nº
58. Em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, foi
rejeitada a Emenda nº 65, por dez Votos SIM e quinze Votos NÃO, votando Sim os
Vereadores Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Gérson Almeida
e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Bernadete
Vidal e Wianey Carlet. Em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, foi rejeitada a Emenda nº 66, por treze Votos SIM e quatorze Votos
NÃO, votando Sim os Vereadores Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Raul Carrion, Gérson Almeida
e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Elói Guimarães, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Bernadete Vidal e Wianey Carlet. Em
votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, foi rejeitada a
Emenda nº 67, por onze Votos SIM e dezesseis Votos NÃO, VOTANDO Sim os
Vereadores Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Gérson Almeida Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Elói Guimarães,
Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário
Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Bernadete Vidal e Wianey Carlet. Em Votação foram aprovadas as
Emendas nºs 68, 69, 70, 71, 72 e 73 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 28/94. Em Votação foram aprovadas as
Subemendas nºs 02 à Emenda nº 03, a Subemenda nº 02 à Emenda nº 05 e a
Subemenda nº 01 à Emenda nº 70 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
28/94. Em Votação foi rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 05 ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 28/94. Em continuidade, o Senhor Presidente
deferiu Requerimento do Vereador João Dib solicitando seja distribuídas aos
Senhores Vereadores cópias da Redação Final do Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 28/94. A seguir, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do
Vereador Gérson Almeida solicitando a interpretação da Auditoria da Casa do
artigo 94 “caput” e §§ 1º, 2º, 3º e 4º do Regimento. Logo após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra em caráter extraordinário ao Vereador Wianey
Carlet, que saudou os Vereadores da Casa em nome de sua Bancada, dizendo de seu
reconhecimento a esta Casa e de sua honra em integrá-la. Em Renovação de
Votação Nominal, o Projeto de Lei do Executivo nº 31/96 obteve três Votos SIM e
doze Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Isaac Ainhorn, Nereu D’Ávila, Pedro
Américo Leal e Não os Vereadores Décio Shauren, Fernando Záchia, Giovani
Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Gérson Almeida, sendo
declarada nula esta votação, pelo Senhor Presidente, face à inexistência de
“quorum”. Às dezessete horas e cinqüenta e sete minutos, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
realização de uma Sessão Extraordinária às dezoito horas. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga, Reginaldo Pujol e
Fernando Záchia e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Mário Fraga,
Pedro Ruas e Jocelin Azambuja, estes três últimos como Secretários “ad hoc”. Do
que eu, Fernando Záchia 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
ATA DA OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 23.10.1996
- Antes da
Comunicação de Líder da Vereadora Bernadete Vidal, inclua-se “(...)Após,
constatada a existência de ‘quorum’, foi aprovado Requerimento verbal do
Vereador Jocelin Azambuja, solicitando alteração na ordem dos trabalhos,
passando-se, primeiramente, ao período de Pauta Especial e, logo a seguir, ao
período de Ordem do Dia(...)”.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Há quórum, passamos à
TRIBUNA
POPULAR
Convidamos o Sr. Carlos Corrêa Martins para
ocupar a tribuna, pelo tempo regimental de 10 minutos, em nome da
Associação Comunitária dos Moradores da Vila Jardim Camaquã - ACOMOJACA.
O SR. CARLOS
CORRÊA MARTINS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que me traz a esta tribuna, hoje,
são dois motivos bem definidos: um, para lermos um documento que explica o fato
de termos ocupado de maneira pacífica e até diferente uma área livre do INSS -
Jardim Camaquã e, outra, para falar da nossa ansiedade pela regularização de
todo o Jardim Camaquã, processo esse que se arrasta há mais de 15 anos, quando
nos parece que, inclusive, o Prefeito daquela época era o atual Ver. João Dib.
Vamos passar à leitura do documento. (Lê na
íntegra o documento.)
Porque “Ocupamos” a Propriedade do INSS no Jardim
Camaquã
No dia 04 de outubro, uma moradora do Jardim
Camaquã colocou uma pequena casa no final da rua João Pita Pinheiro Filho; nos
dias 05 e 06, mais doze moradores fizeram o mesmo, ocupando parte da área livre
lá existente, ao lado da Estrada Vila Maria, dando início ao que definimos como
“OCUPAÇÃO PARA PROTEÇÃO”, com o apôio da Diretoria da ACOMOJACA.
No dia 07 do mesmo mês, cerca de oitenta
moradores, com o apôio e a liderança da ACOMOJACA, “ocuparam” simbolicamente o
restante da área, não edificando nenhuma moradia, apenas demarcando lotes de
maneira precária, com fios, arames, etc.
A “OCUPAÇÃO PARA PROTEÇÃO”, obedeceu a tres
propósitos bem definidos:
01 - para evitar a “invasão” daquela área por
pessoas de outras localidades;
02 - para demonstrar o interesse e o desejo
da comunidade de que aquela área seja loteada e seus lotes vendidos para os
moradores da comunidade em primeiro lugar; e
03 - para “acelerar” o processo de negociação
entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o INSS, processo este que se
“arrasta” há mais de 15 anos.
HISTÓRICO
A área ocupada simbolicamente pelos moradores
do Jardim Camaquã, faz parte de um todo onde localiza-se a Praça Irene Elizaude
Stricher, a Escola de 1º Grau Violeta Magalhães e a parte já loteada e ocupada
há mais de dez anos.
Esta área, vêm sendo negociada entre o INSS e
a Prefeitura Municipal há 15 anos, sem que ambas as partes chegassem a um
acordo em termos de valores. Nestes 15 anos, o Jardim Camaquã cresceu muito. Os
pequenos lotes que abrigavam apenas uma família, passaram a abrigar duas, três,
quatro, cinco, seis e até sete famílias, com o casamento de filhos, com a vinda
de parentes do interior do Estado. A situação, hoje, para estas famílias,
tornaram-se insuportável, e por isso, a esperança de poder comprar um lote na
área livre, sempre foi mais
do uma esperança, foi sempre uma certeza de
que, somente assim, poderiam morar com dignidade.
CONCLUSÃO
Entendendo esta situação. Conhecendo esta
história, fica fácil entender a nossa ação em “ocupar” de maneira pacífica a
referida área.
Mais compreensível ainda ficará, se todos
souberem como a comunidade foi bombardeada - por boatos de invasões daquela
área por pessoas de outras comunidades. Desde que assumimos, há cerca de quatro
meses, fomos avisados tres vezes de que estava sendo organizada invasões
daquela área por dezenas de pessoas estranhas a comunidade do Jardim Camaquã.
Todas estas vezes, fomos obrigados a avisar o DEMHAB e a Brigada Militar, para
evitar que isso viesse acontecer. Entretanto, esta solução para nos se tornava
a cada dia mais absurda, pois não podemos conceber que uma Diretoria de uma
Associação dos Moradores fique impedindo que pessoas necessitadas busquem
soluções para seus problemas de moradia.
Alem disse, tínhamos conhecimento de que a
área poderia ser negociada com Cooperativas ou mesmo viesse a servir para a
colocação de moradores em área de risco.
Precisávamos pois, de uma ação rápida e definitiva,
mais pacífica e não provocativa.
Precisávamos de uma ação que viesse proteger
aquele bem público e que viesse a servir de alerta ás autoridades sobre a
necessidade de se resolver aquele problema. Por isso OCUPAMOS A REFERIDA ÁREA,
da maneira que todos conhecem.
Feito isto, apresentamos a Prefeitura e ao
INSS uma proposta de assinarmos um PROTOCOLO DE INTENÇÕES, onde constaria que a
ACOMOJACA protegeria a área, a sua integridade, e o INSS e a Prefeitura se
comprometeriam a resolver em definitivo o impasse da regularização da área.
Estamos esperando a resposta, e, enquanto
isso, manteremos a nossa posição de proteger a referida área. Não arredaremos o
pé, e só aceitamos como proposta definitiva a possibilidade de, uma vez
negociada a área com a Prefeitura, comprarmos os lotes da mesma.
Temos confiança que o bom sendo prevalecerá
entre as partes litigantes, e que, em breve estaremos todos ocupando de maneira
legal a área que hoje estamos protegendo, bem como o restante da área já
loteada e que precisa ser regularizada.
Porto Alegre, 23 de outubro de 1996
CARLOS CORRÊA MARTINS
Presidente da ACOMOJAVA
Vice Pres. Nacional da CONAM
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a nossa
vinda, hoje, aqui, teve dois motivos. Um, para entregarmos este documento, que
tem o propósito de explicar politicamente o porquê dessa invasão, que,
inclusive, é diferente do que já aconteceu em Porto Alegre. Aliás, quando tudo
der certo, possivelmente este tipo de ocupação que a ACOMOJACA fez possa servir
de exemplo, ao contrário de outras ocupações e invasões em que as pessoas tomam
de assalto uma terra pública ou privada e lá edificam uma série de casebres de
uma maneira desordenada e que geram conflitos inevitáveis e muito difíceis. Nós
fizemos uma ocupação pacífica, na realidade, para proteger aquela área que é
nossa e que está lá para ser ocupada, para servir de moradia e isso só não
aconteceu até agora por uma razão muito simples: a Prefeitura Municipal e o
INSS não chegam a um acordo em termos de valores; cada um diz que a área vale
mais e o que é entregue vale menos. Nessa situação toda, a comunidade cresce e
fica cada vez mais difícil proteger aquela área de uma ocupação desordenada e
de uma ocupação vinda de outras partes que criaria um conflito muito sério com
a comunidade que de maneira nenhuma vai aceitar que aquela área que estamos
esperando há tanto tempo sirva para outros propósitos que não o de que ela seja
ocupada por nós, ali no Jardim Camaquã e arredores. Nós fizemos essa ocupação e
está dando certo e faz, exatamente, hoje, vinte dias que estamos lá. Já houve
pessoas que quiseram chegar lá e não deixamos, a área está intacta a não ser
com as doze casinhas que colocamos lá e estamos cuidando daquela área e
participando ativamente do processo de negociação com a Prefeitura.
A outra razão de virmos aqui é que o problema
do Jardim Camaquã não é só esse, o problema é que existe uma área muito grande
e já ocupada há mais de dez anos, área inclusive onde moro e que aparentemente
é uma área regularizada, porque tem ruas, água, esgoto, luz, etc., uma área
loteada de acordo com o que manda o figurino, só que ela está dentro dessa área
do INSS e é, ainda, um loteamento irregular, um loteamento em que nós não temos
nenhuma segurança, porque é irregular. Esse loteamento faz parte desse processo
que está sendo feito, agora, em que a Prefeitura compra a área a fim de a
lotear e regularizar a outro.
Também no Jardim Camaquã existe a parte mais
antiga, que hoje pertence ao DEMHAB e que também, por incrível que pareça, não
é regularizada. Nenhuma pessoa tem documentos de posse daquela área, apenas
pagam anos a fio, sem que, inclusive, nos cartórios de registros conste a
existência daquele loteamento que existe há mais de quarenta anos; loteamento
que começou com um curral que servia para colocar os animais do DMLU, na época
em que andávamos a cavalo, e que as pessoas foram chegando e hoje há uma
comunidade com mais de duas mil famílias e também não é regularizada. Então o
que nós queremos aqui, neste momento, é trazer para a Câmara de Vereadores este
problema do Jardim Camaquã que não é único, porque em Porto Alegre existem
muitas vilas completamente irregulares, que não têm absolutamente nada, existe
uma série de comunidades aparentemente estão regularizadas e ordenadas e que,
no entanto, continuam irregulares, inclusive com prejuízos para a Prefeitura
que não cobra IPTU. São pessoas que gostariam de estar pagando os seus
impostos, mas que gostariam também de ter a posse daquela área, que é a
garantia para evitar o que acontece, hoje, na nossa comunidade de pessoas que
moravam num determinado lote e não registraram o seu nome no DEMHAB, e uma
outra pessoa da mesma família foi lá e registrou e, agora, mãe e filha estão em
litígio pela posse de um terreno, que se fosse regularizado não teria acontecido
isso. Essa é a razão que nos traz aqui à tribuna, porque achamos que este é o
momento de a Câmara de Vereadores ter uma atitude mais enérgica com esses
problemas, fazendo com que eles venham para a Câmara de Vereadores para que
resolva isso em definitivo. É inadmissível que num processo como esse, em que
falta casa e moradia ainda existam loteamentos em Porto Alegre que poderiam
estar regularizados e gerando impostos e que não estão, possivelmente por um
descuido do próprio Governo Municipal. É isso o que nos traz hoje aqui, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. para finalizar, gostaríamos de deixar bem claro,
aqui, que estamos nesta negociação, que acreditamos nesta negociação, que temos
certeza de que a Prefeitura Municipal e o INSS vão chegar a um acordo, mas não
temos mais paciência de esperar. Não vamos esperar 15 anos de novo, vamos dar
um tempo, mas, se isso não for resolvido dentro de um tempo cabível e fácil de
esperar, vamos, sem dúvida alguma, tomar uma medida mais enérgica para ocupar,
em definitivo, aquela área. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra, em tempo de Liderança, o Ver. Nereu D’Ávila, pelo PDT.
O SR. NEREU
D’ÁVILA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezado Carlos Martins, Presidente da
Associação do Jardim Camaquã; prezados moradores que nos honram com a sua
presença nesta Casa Legislativa.
Quero, em nome do PDT, trazer a nossa
solidariedade à luta desses moradores liderados pelo Martins. O documento que
lemos e a exposição feita pelo Presidente da ACOMOJACA nos dá a certeza e a
segurança de que se poderia dizer que é uma invasão “sui generis”, porque, pelo
exposto no documento se vê que a comunidade era, a todo instante, inundada de
boatos que diziam que outras pessoas de outros bairros, de outras partes da
Cidade iriam para lá invadir a área, sendo que o próprio bairro, como foi
relatado, a própria área em que já moram pessoas, como o Presidente da
Associação, também não são regularizadas e pertencem ao mesmo INSS.
Então, decorridos 15 anos e dada a gravidade
do problema habitacional em Porto Alegre, creio que é justa a posição dos
moradores que, mansa e pacificamente, estão “protegendo uma área” e
reivindicando que esta área sirva de moradia para aqueles que, como milhares de
porto-alegrenses, vivem sem moradia digna e condigna nos nossos bairros, na
nossa periferia.
À Prefeitura interessa e muito, porque está
perdendo de recolher o IPTU, e aos moradores é óbvio, porque estão aqui, e
sabemos disso há mais tempo, interessa a regularização. E eles não querem de
graça. Estão propondo um acerto entre o INSS e a Prefeitura para que eles
comprem os lotes.
Então, tudo é claro e transparente, não há nenhuma má intenção, má-fé, absolutamente. Os moradores estão de boa-fé, apenas querendo que não se arraste, como disse o Presidente Martins, por mais quinze anos, o que é justo e absolutamente condizente com a realidade em que vivemos. Então, pela Bancada do PDT, queremos apresentar nossa solidariedade. O Ver. Pedro Ruas não está no momento, mas deve chegar em seguida, o Ver. Mário Fraga é Presidente da CUTHAB que tem tratado disso com uma responsabilidade muito grande e, como Vereador, nos aliamos à CUTHAB para dar maior força nessa controvérsia, inclusive pressionando a Prefeitura para que ela se manifeste, porque ela tem que comprar. É preciso que seja feita uma perícia para ver quanto vale e a pendenga tem que terminar por aí. Os moradores não querem de graça, querem comprar. A própria área onde mora o Presidente, como ele mesmo declarou, ainda pertence ao INSS e ele, por exemplo, não está pagando imposto, a área não é regularizada. Creio que a Prefeitura tem um interesse maior do que o INSS, porque ela está deixando de recolher impostos. O presidente e os demais moradores estão querendo a regularização para poder pagar os impostos. Creio que é uma invasão “sui generis”, é uma invasão absolutamente condizente com o bom senso.
A Tribuna Popular é para este tipo de coisa,
acolhemos aqui o nosso povo, a nossa gente, às suas reivindicações. Muitas
vezes não me manifesto porque são questões um pouco longínquas da realidade,
mas neste caso faço questão de dizer que absolutamente não se trata de uma
invasão com fins de apropriação da propriedade privada, nem para criar
transtorno social, crise e tensão, absolutamente. Eles são claros na proposta,
querem a regularização, querem a negociação, querem recolher impostos, já
delimitaram os lotes, fizeram demarcações fictícias para delimitar o terreno, então tudo é claro, tudo está
documentado. O povo está organizado, com uma reivindicação absolutamente
transparente e procedente, e creio que ao Poder Público importa que seja
regularizada a área. Nós, como poder - creio que é isto que faço na tribuna -,
estamos dando força através de órgãos competentes como a CUTHAB e politicamente
através das bancadas, esta que represento, para fortalecer uma posição que é a
mais fraca, mas deve se tornar a mais prevalente, porque reivindicação assim,
sólida, forte e sem nenhum conteúdo de tensão social tem que ter ouvido no
Poder Público. De nossa parte - do Poder Legislativo -, o Presidente e a
comunidade tem, e, creio, das demais bancadas, a maior solidariedade, e mais do
que solidariedade, a intenção de ajudar na solução do problema. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para uma Comunicação de Liderança.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é evidente que não faltariam assuntos
para ser abordados nesta tarde, a começar pelo fato de vermos retornando a esta
Casa a nossa querida amiga, Ver. Bernadete Vidal, e de outro ponto a
manifestação inflamada, apaixonada e corajosa do nosso querido Ver. Pedro
Américo Leal fazendo com que a Casa se manifestasse numa homenagem ao Gen.
Andrade Cerpa, homem de bem que sob todos os aspectos merece o nosso respeito e
que se faz credor das homenagens que aqui foram prestadas, especialmente por
ser um homem de posição. O que este País mais precisa é de homens de posição,
pessoas de linha, de pensamento que em qualquer circunstância o defenda.
O que me traz à tribuna, Sr. Presidente, é um
assunto que, à primeira vista, poderia parecer não tão relevante, mas que a
nosso juízo é da maior importância. É o assunto que trouxe o companheiro
Martins ao ocupar a Tribuna Popular em nome dos moradores do Jardim Camaquã,
área na Cidade de Porto Alegre que eu entendia já estar com a sua situação
plenamente regularizada, uma vez que os moradores do bairro há muito tempo
estão na fila do Departamento Municipal de Habitação na busca da regularização
de projetos que já, em 1983, eram velhos e que, agora, estão quase que
perenizados sem que haja uma solução de continuidade. Eu confesso que em 85,
quando deixei o Departamento Municipal de Habitação, entendia que o processo de
regularização do Jardim Camaquã estava em passos acelerados para sua
consumação. Fizemos uma série de reuniões, algumas intervenções urbanas com a
pavimentação de algumas ruas e negociações que foram feitas com o antigo IAPAS,
na ocasião o gestor das áreas pertencentes à Previdência Social, em Porto
Alegre e, se não me engano, há até uma lei autorizando uma permuta em que o
Município, de um lado, iria entregar a área física da Restinga, onde o INSS tem
o seu posto de atendimento, em troca de alguns terrenos, sendo um deles esse
terreno do Jardim Camaquã. Hoje eu fiquei perplexo, surpreso, de saber que está
tudo na estaca zero, que ainda se discutem coisas que eu julgava solucionadas.
Eu tive o ensejo de, quando o Ver. Nereu D’Ávila se manifestou, aplaudi-lo não
simbolicamente, mas eu estava me somando a ele quanto a sua manifestação,
porque acho que este Legislativo, conhecendo esse fato que se arrasta há 30 ou
40 anos, precisa, urgentemente, tomar uma posição e buscar até as últimas
conseqüências, a razão pela qual se alonga no tempo uma solução que se
apresenta simples e que é negada àquelas famílias que moram no antigo curral da
Prefeitura que, há muito tempo, se transformou no local de habitação
especialmente de funcionários do DMLU que ali foram-se instalando, provisoriamente,
para depois, se transformar em definitivo. Por isso, eu gostaria de afirmar,
com toda a responsabilidade da afirmação, que este Legislativo, em assunto como
esse, tem que sair não só do discurso, que, às vezes, é inflamado e empolgante,
em participações assemelhadas àquela que nós nos colocamos diante do Jardim
Leopoldina, do Parque dos Maias, que é um fato bem mais recente e que envolve
muito mais recursos, mais providências e que nós não nos omitimos de
participar. Eu até pediria ao Ver. Pedro Ruas, Presidente de CUTHAB, órgão
dinâmico da Casa, muito bem dirigido por ele, que avocasse para essa Comissão
esse assunto e eu me coloco à disposição, como integrante desta Casa, para que
possamos dar esse socorro imediato às famílias dos moradores do Jardim Camaquã,
aqui representados por seu Presidente, e por vários moradores que vêm aqui,
numa pressão legítima, clamar, à Casa do Povo de Porto Alegre, a sua
intervenção, a sua ação e, sobretudo, o seu compromisso de criar um ambiente e
providenciar soluções que venham ao encontro de suas reivindicações há tanto
tempo sustentadas por seus moradores, que eu julgava que compromissados com a
aquisição de seu imóvel, porque, inclusive, lembro-me bem, até se assinou um
documento naquela oportunidade, uma promessa de compra e venda, priorizando
aqueles que eram legitimamente ocupantes da áreas, ou que foram objeto de
remanejo, em função da adequação urbanística que se fez na área, ainda no ano
de 1984. Então, 12 anos depois, nós estamos aqui, quase que na estaca zero,
Ver. João Dib, e V. Exa., que esteve comigo lá, no Jardim Camaquã, V. Exa. como
Prefeito e eu como Diretor do DEMHAB, que assinamos o compromisso com aqueles
moradores, temos o dever de vê-lo resgatado. Esse compromisso não é do Prefeito
João Dib, não é do Diretor do DEMHAB Reginaldo Pujol, esse compromisso é da
Prefeitura e é do Departamento Municipal de Habitação, e só não o seriam se
esses compromissos fossem ilegítimos, ilegais ou inadequados e precisam ser
respondidos.
Então, peço à CUTHAB, sob o comando do meu
grande companheiro Ver. Pedro Ruas, que entre em campo, de imediato, para que
se resgate esse direito usurpado dos moradores do Jardim Camaquã, que há muito
tempo já tinham que ter essa situação regularizada. Muito obrigado.
((Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Presidência pede desculpas ao Ver. Luiz Negrinho, uma vez que estava
inscrito antes do Ver. Reginaldo Pujol.
O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra para
uma Comunicação de Liderança.
O SR. LUIZ
NEGRINHO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, no dia 20 de agosto encaminhei um Pedido de
Providências no sentido de que a Rua Jaguari, entre a Rua Capivari e a Av. Caí,
no Bairro Cristal, fosse fechada nos finais de semana como uma Rua de Recreio.
Parece que estava prevendo uma fatalidade nesse trajeto. É impressionante como
o Executivo Municipal, nos últimos três meses parou; parece que o Executivo
Municipal está só preocupado com quem vai ser o Presidente da Câmara Municipal
no ano de 1997. Ele está esquecendo de coisas importantes da nossa Cidade, como
um Pedido de Providências de alguém que mora nessa Rua e que conhece o problema
e que estava prevendo uma fatalidade. Desde já faço um apelo aos Vereadores
para que apoiem minha iniciativa. Vou ter que usar um Projeto de Lei aprovado
por esta Casa, Projeto nº 5463/94, para poder criar uma Rua de Recreio. Não
haveria necessidade disso se houvesse o bom senso do Executivo. Essa Rua de
Recreio não vai criar nenhuma problema, não vai interferir na vida do Bairro.
No último final de semana, só não ocorreu uma
fatalidade, porque um morador conseguiu evitar. Devido a algumas casas
noturnas, os carros passam por lá em alta velocidade; e lá, a gurizada joga a
sua “bolinha”. O que custa ao Executivo fechar a Rua, ou colocar uma
sinalização qualquer para que ali seja uma Rua de Recreio? Há vários exemplos
em Porto Alegre. Por que não querem fazer lá? O que está impedindo? Aqui no
Beira-Rio, nos finais de semana, a rua é fechada. Parece incrível, eu vou
precisar apresentar um projeto de lei quando um simples Pedido de Providências
de um Vereador poderia resolver. A Cidade está adormecida, só há uma
preocupação: quem vai ser Presidente desta Casa no ano que vem? É um problema
pequeno, basta boa vontade para resolver. O problema do Jardim Camaquã também
não é resolvido.
Nesses últimos quatro anos só falei nos
problemas de habitação, o Executivo não faz nada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Raul Carrion está com a palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, moradores do Jardim Camaquã, e demais
presentes. Em nome da Bancada do PC do B quero, inicialmente, solidarizar-me
com a luta que essa comunidade vem desenvolvendo. Estou à disposição para as
tratativas, ou negociações necessárias, seja através da CUTHAB, seja através da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Como Presidente do Conselho Deliberativo da
UAMPA, não poderia deixar de trazer o meu apoio a essa luta, que não é só do
Jardim Camaquã, mas de centenas de milhares de famílias de Porto Alegre que
lutam por uma moradia.
Em segundo lugar, queria convidar todos os
Colegas Vereadores para uma reunião, no dia de amanhã, às 11 horas, convocada
pela Subcomissão de Habitação da Assembléia, para tratar da situação
extremamente grave dos moradores do Parque dos Maias que se encontram sob a
ameaça de despejo. Isso significa o perigo de uma verdadeira guerra civil
naquele local. Espero também que seja instalada, o mais rápido possível, a
Comissão Externa que solicitamos para acompanhar esse problema.
Queremos nos somar à homenagem ao General
Andrade Serpa, um patriota que sempre esteve na linha de frente da luta contra
esse neoliberalismo que está entregando o nosso País ao grande capital
internacional.
Queremos dar ciência a esta Casa -
solicitando que seja transcrito nos seus Anais - o documento do último dia dez
de outubro, da Comissão Política do Comitê Centra do Partido dos Comunistas do
Brasil (PC do B), que tem o seguinte título: “Reeleição e Reforma Política:
Grave Atentado à Democracia e aos Interesses Nacionais”.
Um documento que denuncia essa “vergonha
nacional” em que está se transformando a tentativa do atual Presidente da
República de perpetuar-se no Governo. Cito um comentário de Hélio Gaspari: “Faz
um mês que o Governo FH se transformou num comitê eleitoral da reeleição, com o
Ministro Antônio Kandir, do Planejamento, no papel de animador de comício. Já
anunciou que a eleição trará um crescimento econômico de nove por cento ao ano,
derrubará os juros e atrairá uma explosão de investimentos”.
A
par dessa demagogia deslavada nós vemos a dívida dos Estados, a reforma do
Ministério e uma série de outras “moedas de troca” que o Governo usa para levar
o Congresso a dar mais esse passo contra o povo brasileiro, que o Sr. Presidente
da República foi para a televisão dizer que é contrário a um plebiscito,
contrário a que o povo responda se quer ou não a continuidade desse Governo de
“desgraça nacional”. Dizem que tudo está “às mil maravilhas”; mas temem a
palavra do povo...
É bom lembrar que a essência dessa proposta
continuísta é a tentativa das elites brasileiras de dar continuidade ao projeto
neoliberal em curso, mais do que uma mudança meramente política é a forma que
as elites encontraram para manter esse projeto neoliberal que levou ao maior
desemprego que esta Nação já conheceu; que levou a um déficit público, este ano
com a previsão de 5,5 bilhões de reais. Que levou a balança comercial a um
déficit estimado, este ano, de 3,5 bilhões, e no ano que vem de 5 bilhões de
dólares. Governo neoliberal que elevou a dívida interna a 250 bilhões de
dólares, e a dívida externa a 150 bilhões de dólares, totalizando 400 bilhões
de dólares, cujos juros o povo está pagando aos grandes banqueiros! E que,
agora, está promovendo a venda da Vale do Rio Doce, a venda da Eletrobrás, a
venda da Telebrás e a venda, já anunciada, inclusive, da Petrobrás. Antes
diziam eles, oficialmente, que era para aplicar em saúde, em educação, em
assistência social. Agora, reconhecem, é simplesmente para pagar aos
banqueiros! E quanto mais pagam, mais aumenta a dívida. Quanto maior é o
entreguismo neste governo, maior é a dívida, maior é o sacrifício imposto ao
povo. Por isso somos contra - e temos certeza que esta Casa é contrária a tese
de reeleição deste Governo de “desgraça nacional”. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Artur Zanella solicita Licença para Tratamento de Saúde por dois dias a
contar do dia de hoje (23 e 24 do corrente mês).
O Ver. Clóvis Ilgenfritz solicita Licença para
Tratamento de Saúde no dia de hoje.
Também solicita Licença para Tratamento de
Saúde, por três dias, o Ver. Airto Ferronato.
Requerimento firmado pelo Presidente da Casa
Ver. Isaac Ainhorn, que solicita, nos termos do art. 218, inciso 7º, do
Regimento desta Casa, Licença para Tratar de Interesse Particular nos dias 29 e
30 de outubro do corrente ano.
(Obs: Foram aprovados os Requerimentos de
Licença dos Vereadores Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Airto Ferronato e
Isaac Ainhorn, e dada posse aos Suplentes, conforme consta da Ata.)
Em votação Requerimento do Ver. Jocelin
Azambuja que solicita a inversão dos trabalhos nos dias de hoje. Que, em
primeiro lugar, entremos na Pauta Especial e, logo após, na Ordem do Dia. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. MILTON
ZUANAZZI (Questão de Ordem): O tempo de Tribuna Popular já encerrou?
O SR.
PRESIDENTE:
Ainda não. Já houve a manifestação e neste momento cabem ainda os Tempos de
Liderança. Tanto é verdade que o Líder Comunitário Carlos Martins encontra-se à
Mesa como convidado especial desta Presidência.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Senhor Presidente e Srs. Vereadores, ao saudar o Presidente da Associação
Comunitária dos moradores da Vila Jardim Camaquã, quero dizer que até estranho
a dificuldade de Prefeitura e INSS se acertarem em relação a essa área, já que
o INSS se acertou tão facilmente com a Prefeitura em relação à venda do prédio
da Rua da Praia. É mais um motivo para um outro negócio ser feito entre as duas
instituições. Outras lideranças já se manifestaram em apoio à reivindicação, da
mesma forma quero, em nome do PSDB, dizer que, naquilo que for do nosso
alcance, estaremos à disposição para atuar com V. Exa.
Quero fazer registro de agradecimento à
Secretaria Municipal de Transportes, na pessoa do Secretário Bertoto que,
quando esteve aqui com o Prefeito, entregando o terceiro projeto do Plano
Diretor, conversamos e lhe transmiti uma reivindicação de moradores da Av. Independência,
frente ao Hospital Getúlio Vargas, solicitando uma parada de táxi-lotação.
Hoje, os moradores telefonaram, dizendo que a parada foi colocada no dia 21.
Agradeceram a mim, extensivo ao Secretário de Transportes, porque foi a ele que
entregamos a reivindicação. Quero fazer um registro, porque vou imediatamente
avançar na questão com um requerimento que envolve um conjunto de atos
públicos. Desde o meio dia o grupo teatral Terreira da Tribo vem se
apresentando no Centro da Cidade, o que culminará em ato público às 18h em prol
da manutenção do espaço que eles ocupam há doze anos, na Rua José do
Patrocínio.
Na condição de Relator da Comissão Externa
que atuou nessa área, cujo Relatório já está entregue para acolhida das
assinaturas, e lendo detidamente tudo aquilo que foi expresso ao longo desta
Comissão que teve sessenta dias de duração sob a Presidência do Ver. Giovani
Gregol, não há como deixar de registrar com tristeza o absoluto descaso com que
a Administração Popular vem tratando o caso da Terreira da Tribo, em que pesem
os esforços de alguns Vereadores do PT, notadamente, a Vera. Helena Bonumá e o
Ver. Giovani Gregol que integraram a Comissão.
Recebemos, pela primeira vez, a reivindicação
da Terreira da Tribo, em julho de 94. Logo depois, marquei uma audiência com o
então Secretário de Cultura, Pilla Vares, hoje Presidente Municipal do PT,
fomos conversar com o Secretário, foi entregue um imenso dossiê que faz parte
da nossa documentação aqui na Comissão e esse dossiê foi despachado pelo
Prefeito Tarso Genro. O dossiê foi parar na PGM (Procuradoria Geral do
Município) que pinçou uma frase do Presidente da Associação dos Amigos da
Terreira da Tribo, que é a instituição que sustenta o grupo Ói Nóis Aqui
Traveiz, dizendo que não havia nenhuma vinculação direta entre o lugar ocupado
pelo grupo e a atividade que o grupo desenvolve. Chegava ao cúmulo de dizer que
o grupo existia desde 74, que havia ocupado o lugar apenas a partir de 78 e
que, portanto, não havia vinculação direta entre o local e atividade e
fulminava a pretensão do grupo teatral dizendo que não havia base legal no
pedido.
Pasmem os Senhores, esse parecer que foi dado
no final de dezembro de 1994 foi enviado ao EPAC e lá adormeceu nas gavetas ao
longo de 365 dias. Até dezembro de 1995 o projeto ficou na gaveta e se vê isso
facilmente pela data do despacho. Repentinamente, com as pressões feitas no ano
passado, o Grupo retornou a esta Casa e i EPAC fez um despacho manuscrito, com
menos de 10 linhas, no “chutômetro”, repetindo a frasezinha e dizendo que não
havia amparo legal. Imediatamente foi para o COMPAC, que repetiu o mesmo
procedimento - apenas o fez datilografado - e também dá parecer contrário.
Assim, se mata um Grupo que tem praticamente 20 anos de existência e de
atividades em Porto Alegre e que, contraditoriamente é o grupo que dá o maior
apoio às atividades que a própria Administração Municipal realiza.
O que é curioso - e a Comissão, ao longo do
tempo, verificou - é que quando ocorreu problema semelhante em relação ao
espaço do Teatro Oficina em São Paulo, o que fez o Conselho Municipal do
Patrimônio Histórico de São Paulo? Chamou um especialista na área de prédios
culturais e de teatro. Foi chamado o Sr. Flávio Império - conhecidíssimo
diretor de teatro - que deu um parecer técnico e justificou: a história do
Teatro Oficina, independente de concordarmos ou discordarmos do Grupo, que já
teve a direção da Ruth Escobar, que trouxe alguns dos maiores diretores de
teatro do mundo ao Brasil, entre os quais Vítor Garcia - hoje falecido -, a história
do grupo teatral era impeditivamente separável do espaço que havia ocupado, até
pela modificação física que promoveu nos prédios e na Rua Major Diogo, sede da
Oficina. Portanto, fizeram o tombamento de todo o local.
Pois pasmem os Senhores que o Conselheiro do
COMPAC de Porto Alegre, Sr. Teófilo Meredith, declarou nesta Comissão que o
COMPAC não tem especialista em teatro, não entende de teatro, não chamou nenhum
especialista, mas deu o parecer contrário. E, com base em três pareceres,
estamos condenando a Terreira da Tribo - quase 20 anos depois - a deixar o
local. E o curioso é que não há como promover a sensibilização do Município.
Os jornais de hoje ainda repetem a palavra
oficial: “Não tem base legal”. Mas quando se quer, a base legal aparece. Espero
que, até as 18h, o bom senso impere no Paço Municipal e que, no mínimo,
tenhamos a humildade de retomar o processo, chamar a atenção dos conselheiros,
absolutamente responsáveis, do EPAC e COMPAC e que se traga o processo para uma
nova análise e novo encaminhamento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Antes de passarmos à Pauta Especial, gostaríamos de registrar o convite que
esta presidência faz, em especial a cada um dos Srs. Vereadores, para abertura
da Amostra Josué Guimarães que se realizará amanhã, às 10h, no Memorial do
Palácio Aloísio Filho. Gostaríamos de contar com a presença de todos aqueles
Vereadores que conviveram mais de perto com Josué Guimarães, como forma de
manifestação, por ocasião da abertura dessa Amostra, com acervo de fotografias,
de objetos de uso pessoal e de material do seu trabalho legislativo na época em
que foi líder da bancada do PTB e que pertenceu. Em curto tempo, ao PSB.
Reiteramos o convite ao assessor especial do Sr. Prefeito, Sr. Vasconcelos, que
era também pessoa de suas relações.
Coloco a palavra à disposição da Vera.
Bernadete Vidal, na forma do Regimento, tendo em vista sua investidura na
presente Legislatura. Informo à Vereadora que recebemos ontem sua declaração de
bens.
A SRA. BERNADETE
VIDAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Embora seja o apagar das luzes desta Legislatura,
é uma honra estar nesta Casa com V. Exas. Quero me solidarizar com o
pronunciamento do Ver. Pedro Américo Leal relativo ao falecimento, e,
especialmente, pela vida e posições do Gen. Andrada Serpa.
No tempo em que estive fora desta Casa, não
estive afastada, de forma alguma. V. Exas. conhecem minhas atividades
políticas, especialmente na defesa dos direitos da nossa gente, dos portadores
de deficiência, e, mais especialmente, dos portadores de deficiência visual.
Participei da elaboração do anteprojeto que o
Ver. Décio Schauren chancelou nesta Casa, que reserva 10% das vagas em
concursos públicos a portadores de deficiências. Por que fiz isso? porque
compreendi as dificuldades que temos, não enquanto deficientes, mas enquanto
merecedores de um sistema de educação, de preparo para as funções,
especialmente para o mercado de trabalho. Na ocasião em que pedimos ao Sr.
Prefeito que o projeto não fosse vetado, pedimos, também, que estabelecesse um
canal de comunicação entre a Prefeitura e os portadores de deficiência física.
Isso foi prontamente atendido e assim ficou criado o Fórum Municipal dos
Portadores de Deficiências. Srs. Vereadores, o Fórum existe, mas não funciona e
gostaria que o Sr. Prefeito soubesse disso, em razão de que o representante da
Prefeitura não comparece às reuniões. Por que é importante este Fórum? É
importante para que o Município coloque, na sua política, os assuntos de
interesse dos deficientes. Nós precisamos que o Município cumpra dispositivo da
Lei Orgânica, artigo 183, que determina que doze por cento da verba de educação
seja destinada aos deficientes. Este Fórum é a nossa grande esperança, pois ele
possibilitaria que a nossa palavra fosse ouvida. Nós deficientes precisamos que
isso aconteça, Vereador Paulo Brum, sei que posso contar com o apoio de V. Exa.
O Município deve lembrar que os deficientes
devem ser contemplados com educação. Nós precisamos que o Fórum diga à
Prefeitura que o Centro da Cidade está intransitável e que possamos andar sem
dar cabeçada, como a que dei hoje pela manhã. A Prefeitura deve
conscientizar-se de que coloca equipamento inadequado no Centro. Também um
outro problema é o transporte que foi colocado todo em uma cor só, desfavorece,
altamente, as pessoas, não aos cegos, mas as pessoas que têm diminuição da
visão, que não conseguem ler, a alguma distância o nome dos ônibus.
São questões, parece que pequenas, Srs.
Vereadores, há tanto tempo que não ocupava a tribuna e venho aqui falar de
coisas tão pequenas para vida normal e tão grande para nós que, diariamente,
damos cabeçadas em obstáculos, carros de papeleiros, e, inclusive, já tivemos
colegas submetidos à cirurgia de mamas porque bateram em caixas de lixo, Srs. Vereadores,
deve ter médico em Plenário e deve avaliar o que é isso. Já tivemos três
mulheres cegas que tiveram que fazer cirurgia de mamas porque as caixas de lixo
são estrategicamente colocadas onde temos que passar: numa sinaleira, na porta
da Galeria do Rosário, onde está a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul, e
assim por diante. Estrategicamente, no caminho onde temos que passar, em
calçadas estreitas e locais inadequados.
Todas essas coisas, aparentemente pequenas
para uns, são muito grandes para nós e nós precisamos que esse fórum seja
revitalizado. Era a vontade do Prefeito e eu quero que seja a vontade do novo
Prefeito, e quero, Ver. Paulo Brum, que V. Exa. seja o guardião dessa nossa
vontade, aqui, na Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Mais uma vez queremos fazer a nossa saudação especial à Vera. Bernadete Vidal
que, com a sua presença nesta Legislatura, honra o Legislativo porto-alegrense
com a sua garra, com a sua fibra, com a sua determinação. Muito obrigado por
sua presença nesta Casa, Vereadora.
Questão de Ordem com o Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, aproveitando que a Diretora
Legislativa está em Plenário, eu acho que isso está afeto a ela também, nós na
segunda-feira havíamos entregue o Relatório dessa Comissão Externa, relativa à
Terreira da Tribo. As pastas, o processo todo ficou no nosso gabinete. Nós
viajamos, retornamos hoje, as pastas continuam lá e nós não sabemos até agora
quem é o secretário da Comissão, porque há uma indicação, pois houve troca e há
urgência em que se apresente um secretário para a Comissão e que se colha a
assinatura dos Vereadores, até porque é um ato formal, hoje, pois nós
gostaríamos de fazer a entrega desse documento de maneira pública aos
companheiros da Terreira.
Então eu queria pedir a V. Exa. que se
providenciasse a indicação de uma secretária ou secretário para a Comissão.
O SR.
PRESIDENTE: Perfeitamente,
serão tomadas as providências, aditando apenas e uma pequena correção.
Vereador, a Diretora Legislativa, por ocasião das Sessões Plenárias, como é da
natureza do seu mister, está sempre presente.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Não, eu só quis aproveitar porque antes ela estava ocupada com a Vera.
Bernadete Vidal e eu não queria fazer a questão no momento em que a Vera.
Bernadete Vidal estava distraída.
Aceito a correção
e peço
desculpas a companheira Alceste por qualquer subentendido na sua ausência.
O SR.
PRESIDENTE:
Antes de prosseguirmos a Sessão com a Pauta Especial, nós queremos agradecer a
presença do Líder Comunitário Carlos Martins, dirigente da Associação
Comunitária dos Moradores da Vila Jardim Camaquã. Queremos igualmente agradecer
a todos os moradores do Jardim Camaquã que, no exercício pleno de cidadania, se
fizeram presentes aqui, marcando posição em relação às suas reivindicações e
aos seus pleitos. Esta Casa está aberta para este tipo de reivindicação e
manifestação na expectativa de que um dia a mídia dê o necessário respaldo a
manifestações como esta que hoje houve, aqui, do Jardim Camaquã.
Nós vamos suspender a Sessão para as
despedidas.
(Os trabalhos foram
suspensos às 15h20min.)
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn) ( às 15h21min.): Estão reabertos os trabalhos. Passamos à
PAUTA ESPECIAL
4ª SESSÃO
PROC. 2495/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 04/96, que estima a Receita e fixa a Despesa da Administração Direta do
Município para o exercício econômico-financeiro de 1997. Com Emenda nº 01.
PROC. 2496/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 050/96, que estima a Receita e fixa a Despesa da Fundação de Educação Social
e Comunitária - FESC, para o exercício
econômico-financeiro de 1997.
PROC. 2497/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 051/96, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana - DMLU, para o exercício
econômico-financeiro de 1997.
PROC. 2498/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 052/96, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de
Água e Esgotos - DMAE, para o exercício
econômico-financeiro de 1997.
PROC. 2499/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 053/96, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de
Habitação - DEMHAB, para o exercício
econômico-financeiro de 1997.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão o PLE nº 049/96, o PLE nº 050/96, o PLE nº 051/96, o PLE nº 052/96
e o PLE nº 053/96, todos do corrente ano, que versam sobre a matéria de
natureza orçamentária.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
Desiste.
Encerrada a Pauta Especial.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. MILTON
ZUANAZZI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como faltam mais de quarenta
Emendas, mas o número de encaminhamentos serão menores, eu proponho que nós
terminemos essa votação do Código Municipal de Saúde e em seguida apreciemos os
Vetos, e depois votemos as matérias das folhas 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30,
referentes aos PLL nº 097/96, PLL nº 099/96, PLE nº 035/96, PLL nº 105/96, PLL
nº 121/96, PLL nº 123/96, PLL nº 128/96 e PLL nº 129/96, que são nomes de ruas e títulos que já estão encalhando.
O SR.
PRESIDENTE:
Após a votação do Código Municipal da Saúde, os vetos serão automáticos; depois
vem a votação do Projeto do Ver. José Valdir.
O SR. MILTON ZUANAZZI: O meu Requerimento não
prevê a votação do Projeto do Ver. José Valdir.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
do Ver. Milton Zuanazzi. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC. 2698/94 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 028/94, que institui o Código Municipal de Saúde do
Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Urgência. Com Emendas nºs 01 a 05, 07 a 49, 52 a 59 e 61 a 73, e
Subemendas nºs 02 à Emenda nº 3, 01 e 02 à Emenda nº 05, e 01 à Emenda nº 70.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- retiradas as Emendas nºs
06, 50, 51 e 60, e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03;
- o Projeto foi aprovado na Sessão Ordinária de 09.10.96, por 24 votos SIM; na Sessão Ordinária de 11.10.96 foram votados os seguintes Destaques: alíneas “d”, “e”, “f”, “g” e “h”, do inciso VIII, do Art. 8º e Artigos 16, 17, 22, 23, 24 e 25; na Sessão Ordinária de 14.10.96 foram votados os Destaques: Art. 31; inciso III do Art. 55; Art. 56; incisos I, V, XI, XIII e XIV, do art. 60; Art. 61; Art. 62; expressão “ou perigoso” da alínea “c”, do inciso III, do Art. 69; na Sessão Ordinária de 18.10.96 foram votados os Destaques: inciso XI do Art. 150; alínea “b”, do inciso III do Art. 176; Emenda nº 07; Emenda nº 08 e Emenda nº 11; na Sessão Ordinária de 21.10.96 foram votadas em Destaque as Emendas nº 12, 13, 16, 18 e 27, restando, ainda, a apreciação de outros Destaques e Emendas ao Projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em prosseguimento, a votação do PLCE nº 028/94. Emenda nº 30. Só há novo
encaminhamento quando é declarado nulo o processo de votação. No caso em tela,
não foi declarado nulo o processo de votação. É que já tinha havido os
encaminhamentos e houve um pedido de verificação de quórum. Constatada a
inexistência de quórum, encerrou-se a Sessão. Mas valem os encaminhamentos dos
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Guilherme Barbosa, Reginaldo Pujol, João Dib,
Dilamar Machado e Airto Ferronato.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, levanto esta Questão de Ordem
fundado na alta qualificação da Presidência dos trabalhos, especialmente no seu
aprofundamento jurídico, indiscutível pela sua atuação profissional nos mais
diversos campos.
O SR.
PRESIDENTE:
A Questão de Ordem tem que ter natureza breve e não justificativas.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, V. Exa. que é um cultor das ciências jurídicas sabe
que o acessório segue o principal. Se não houve quórum para votação, o
encaminhamento que ocorreu é nulo, não tem conseqüências, não produz efeitos.
Tanto é verdade que a votação que hoje será feita, realizar-se-á diante de um
novo quadro em que, inclusive, a própria composição da Câmara se alterou
daquela ocasião para esta data. Há Vereadores como a Vera. Letícia Arruda,
Vera. Bernadete Vidal que não acompanharam o encaminhamento da votação nulo,
feito na ocasião, e que agora votaram sem ter conhecimento da matéria que está
sendo votada.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, esclarecerei a V. Exa. Em primeiro lugar, a verificação de quórum foi
posterior aos encaminhamentos, conseqüentemente é uma presunção “juris tantum”
que, no momento dos encaminhamentos, havia quórum. Em segundo lugar, o
parágrafo 3º, do art. 173 do Regimento diz: “Não havendo quórum, a votação será
realizada na Sessão seguinte sem prejuízo do novo encaminhamento”. Eu entendia
que deveria haver novos encaminhamentos, no entanto um Vereador questionou essa
interpretação, provocou a Comissão de Justiça. Uma vez encaminhada a questão,
foi dada a interpretação de que os encaminhamentos havidos eram válidos. Eu sou
escravo da lei, do Regimento e das interpretações da douta Comissão de Justiça,
portanto, há uma interpretação transitada em julgado da Comissão de
Constituição e Justiça de que os encaminhamentos são válidos da Sessão anterior
e não se repetem. Essa é a interpretação.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Curvo-me à orientação e sabedoria que é peculiar à Mesa e inscrevo-me
para encaminhar, agora quero encaminhar pelo Partido da Frente Liberal.
O SR. PRESIDENTE:
A Mesa
defere o pedido de V. Exa. Amparada no Regimento, ao obedecê-lo não teria outra
alternativa que não deferir o tempo de V. Exa. na condição de membro do Partido
da Frente Liberal que, na tarde de hoje, possui dois membros neste Plenário: V.
Exa. e a Vera. Bernadete Vidal.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, apenas para elucidar, posto que já esclarecido por V. Exa.,
faz-se imprescindível que a raiz desse empreendimento seja exposta, na medida
em que, se não se procedesse dessa forma, no entendimento da Comissão de
Justiça, nós criaríamos um dispositivo que contrariaria o Regimento - a
isonomia - o que permitiria que a mesma pessoa encaminhasse duas vezes,
enquanto que aquele que não encaminhou na Sessão anterior só encaminhasse uma
vez.
O SR.
PRESIDENTE:
A justiça, além do conhecimento jurídico, é o apanágio maior de V. Exa.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar pelo PFL.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas, compreendendo que todos os
integrantes da Casa estão ansiosos por ver votados, definitivamente, os
destaques, saliento e reavivo a memória dos companheiros que estavam presentes
na Sessão de segunda-feira, quando houve o encaminhamento da votação da Emenda
nº 30. Mais do que isso, alerto aqueles que, não estando presentes na ocasião,
estão, hoje, em condições de decidir sobre a matéria, que o que se pretende na
Emenda nº 30 é acrescentar, ao art. 11, um novo parágrafo - o sétimo - com a
seguinte redação: “É permitido ao estabelecimento público ou privado a
utilização de água de poços artesianos, quando adequadamente analisada”. Lembro
a todos que o Ver. Antonio Hohlfeldt, na oportunidade, de forma muito especial,
visou a importância prática que tem a introdução desse parágrafo no Código Municipal
de Saúde. e lembro que vários dos Srs. Vereadores se manifestaram da tribuna
favoravelmente a esta situação, de vez que todos sabem que é uma realidade na
Cidade de Porto Alegre que vários hospitais dispõem da possibilidade de
utilização, não para consumo humano, mas para várias outras atividades, uma
água de boa qualidade que, se devidamente analisada e autorizada pelo órgão
competente, poderá representar fator de economia não só para o estabelecimento
hospitalar que vier a utilizá-la, como também representará uma economia para a
própria Cidade que não estará tratando água em quantidade excessiva que é
utilizável e necessária para o consumo humano, que no que do verão falta em
grande parte da Cidade pela excessiva demanda que existe de particulares.
É
um caminho para que não se utilize mais a água tratada pelo DMAE, que é
encarecida pelo tratamento para outras finalidades, senão aquelas onde
necessariamente tem que ser utilizada, isto é, no consumo humano, no preparo de
alimentos e naquelas outras situações em que, naturalmente, até no interesse da
saúde pública esse fato tem que ser preservado.
Como bem acentuou o Ver. Antonio Hohlfeldt, a
água nos hospitais, que tem que conseguir do DMAE, em muitas situações é uma
água inapropriada para hemodiálise, de vez que tem que ser retirado o cloro que
é adicionado a ela. E por isso traz um fator a mais de encarecimento na
atividade da rede hospitalar, que poderia utilizar água de boa proveniência,
devidamente analisada para proceder uma série de atos onde é recomendável que
se use água sem cloro. E com isso se torne viável, até recomendável, a
utilização de água de poços artesianos, quando esses, como diz a Emenda, forem
analisadas por quem de direito.
Por isso, Sr. Presidente, o apelo é que se
vote a Emenda favoravelmente para introduzirmos no Código esse dispositivo
altamente adequado, justificando em face da realidade do cotidiano da nossa
Cidade, eis que corrigirá uma situação, de fato, que tem suscitado muitas
controvérsias no dia-a-dia de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Estive atento aos argumentos que foram
sustentados na Sessão anterior quando se discutiu a matéria. Acho que a Emenda
do Ver. Reginaldo Pujol é extremamente prudente e busca preservar, vejam bem,
preservar determinadas estruturas que existem em alguns hospitais na Cidade de
Porto Alegre. Estruturas todas elas implantadas.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há um dado
que não podemos afastar, que é o que se chama de custo dos serviços. Custos,
enfim, de toda e qualquer atividade. Esse é um dado importante, fundamental.
Então eu fico a imaginar determinados hospitais que têm toda uma estrutura
historicamente montada dentro desses parâmetros e princípios que, em última
análise, informam o início das próprias atividades, através dos poços
artesianos.
Vejam bem, a Emenda preserva, no meu entender
o que há de fundamental. Ela estabelece um controle adequado para a qualidade
do produto utilizado. Por outro lado, ela também, a meu juízo, deveria conter
um dispositivo: que, a partir da presente data, novas estruturas não poderiam
ser estabelecidas através de poços artesianos. Então, vejo a Emenda como algo
extremamente prudente, leva em conta as questões ligadas ao custeio de um tipo
de atividade importante, que é o serviço de água num empreendimento dessa
natureza. Então, me parece que é boa a Emenda para preservar, exatamente,
determinadas situações: velhos hospitais, antigos hospitais que têm toda a sua
montagem estrutural baseada no poço artesiano. O Poder Público, evidentemente,
fiscalizará a qualidade da água, aliás, isso está disposto em toda a ordem, não
só na lei federal como na lei estadual de controle sobre o produto hídrico do
poço artesiano. Meu entendimento é de que a Emenda deve ser votada
favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Por um lapso da Assessoria, o PDT encaminhou novamente e já o havia feito
através do Ver. Dilamar Machado. A Mesa quer colocar à disposição de qualquer
outro Partido, que queira encaminhar, o tempo necessário para que haja uma
igualdade, o que entende imperioso.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, os Vereadores já usaram o seu
tempo. O fato de a Mesa ter-se equivocado e dado um tempo a mais para o PDT,
não significa que devamos abrir novamente o tempo para todos os Partidos. Isso
seria inadmissível. Peço o cumprimento do Regimento e que, imediatamente, se
encaminha para a votação ou, então, vamos esquecer o Regimento da Casa e vamos
agir de acordo com a vontade de cada um. V. Exa. se enganou, reconhecemos seu
erro e o acolhemos totalmente, o que não significa que tenhamos que repetir e
ouvir todos os Vereadores de novo. o PTB não pode se conformar com essa posição
da Mesa.
O SR. PEDRO
RUAS: Tenho
o maior respeito pela posição levantada pelo ilustre Ver. Jocelin Azambuja mas,
de fato, no caso do Ver. Isaac Ainhorn, que preside a Mesa e é o PDT, ficaria
extremamente constrangedor conceder um tempo a um integrante da sua Bancada e
não conceder novamente aos demais. Parece-me que é um caso especial, e eu acho
que a Mesa tem razão, tem até obrigação de conceder às demais Bancadas esse
tempo, porque senão teríamos a possibilidade, no futuro, de equívocos
semelhantes, de ser beneficiário o Partido da Casa. Eu acho que a medida de
reparação é adequada e cumprimento V. Exa. por isso.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu me senti, Ver. Jocelin, e apelo a V. Exa. que compreenda, no dever ético,
muito embora o deferimento não ter-se dado por este Vereador diretamente, mas
foi amparado com informação da assessoria da Casa de que o PDT não tinha
encaminhado.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Mas eu quero reafirmar que sei que de maneira alguma V. Exa. procurou com isso
o benefício de seu Partido. Então, por saber da sua forma equilibrada de
dirigir os trabalhos é que apelo aos demais Vereadores que não se utilizem de
um lapso da Mesa para querer novamente falar. Eu acho que esse é o erro, e não
pelo fato de V. Exa. ser do PDT e ter concedido, equivocadamente, a um colega
seu de Partido, a palavra. Não é por isso que vamos achar que isso é uma
atitude de privilégio. Foi um equívoco que reconhecemos e não podemos concordar
que outros partidos se manifestem.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa agradece a manifestação de confiança e de equilíbrio que externa em
relação a esta Presidência e faz um apelo de foro íntimo a cada um dos
Vereadores que desejar encaminhar para que o faça com brevidade como cortesia
do político.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero também dizer que neste fato V.
Exa. age com justiça. Não trago aqui outra vez a legislação que embasa o
posicionamento do Executivo Municipal de Saúde, através do seu Setor de
Vigilância Sanitária, que tem fiscalizado a utilização de água do poço pelos
hospitais. É, Ver. Elói Guimarães, uma legislação ampla que vem de uma Lei, e
possivelmente um Decreto, da década de 70, mas que se baseia também, em
legislação recente de outubro de 96, do Ministério da Saúde quando faz
orientações com relação à homodiálise, e se refere a uma norma brasileira da
Associação Brasileira de Normas Técnicas que taxativamente diz que só se fará
uso de outra forma de abastecimento de água quando não houver o abastecimento
público de água disponível. É a única possibilidade. Dos mais de 30 hospitais
de Porto Alegre, apenas 7 ou 8 têm poços. Todos os outros utilizam a água do
Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre e não se houve ninguém
se queixar de que esse custo a mais eleva os seus custos finais para os
pacientes. Não se ouve. Portanto, nós estaríamos fazendo uma exceção para
privilegiar alguns. Aí, sim. Já foi provado num debate, no âmbito da COSMAM,
que não procede a argumentação, e que seria um procedimento para aumentar a
receita do DMAE. Se esses hospitais, que antes utilizavam a água do poço,
utilizassem a água do DMAE, o acréscimo de receita do DMAE não ultrapassaria a
casa do 0,5% ou semelhante da sua arrecadação atual. Portanto, não move ao
Município nenhum interesse, a não ser o da saúde pública, única e
exclusivamente da saúde pública. Constatou-se em algumas análises em
laboratórios do Município, do Estado, que algumas amostras de água de poços
estavam contaminadas. É certo que a Emenda diz da análise, mas ela não define
nada e nem há condições. Os hospitais não têm condições técnicas, pelo menos
hoje, de garantir a qualidade da água. Portanto, por todas essas razões, é um
procedimento para o Brasil inteiro, é um procedimento para que o Estado,
inclusive, possa garantir isso. eles estão seguindo exatamente os mesmos passos
que Porto Alegre está seguindo na questão do controle da água dos hospitais. A
partir desses argumentos nós somos contra a Emenda porque ela abre espaço
contra a saúde pública em nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação
a Emenda nº
30, do Ver. Reginaldo
Pujol, ao PLCE 028/94. (Pausa.) (Após a chamada.) ...
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Para que fique esclarecido o Plenário, gostaria que V. Exa., com base
na Assessoria da Mesa, e do Regimento da Casa, desse o embasamento legal para a
decisão correta que V. Exa. está tomando, de que antes de ser proclamado o
resultado de qualquer votação, cabe ainda a votação de Vereadores que
eventualmente estejam ausentes, momentaneamente do Plenário, às vezes atendendo
telefonemas, e entrem e ainda a tempo de votar. Gostaria do embasamento legal
para termos confiança na decisão de V. Exa.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa esclarece o fundamento legal; Art. 176, Parágrafo 2º: “Não será
permitido votar, nem retificar o voto após a divulgação do resultado de votação
pelo Presidente.”
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Com base no esclarecimento de V. Exa., solicito o direito de voto ao Ver. Luiz
Negrinho que dá entrada ao Plenário.
O SR.
PRESIDENTE:
Se. V. Exa. deseja votar, Ver. Luiz Negrinho, como vota?
O SR. LUIZ
NEGRINHO: Voto
SIM.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa apregoa o resultado: 17 votos SIM e 13 votos NÃO. Não cabe verificação
de votação. Se desejarem uma recontagem por parte do Ver. Pedro Ruas...
(O Sr. Pedro Ruas procede à recontagem dos
votos.)
O Ver. Pedro Ruas recontou os votos e deu 17
votos SIM, 13 NÃO.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 46
(Pausa.)
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Requeiro votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADA
a Emenda nº 46, por 15 votos SIM e
13 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 56, que dá ao Artigo
2º, Letra 37 do Código Municipal de Saúde, a seguinte redação: (Lê.)
O SR. HENRIQUE
FONTANA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós vamos ler todas as Emendas, a partir de agora? Por
que mudamos a sistemática?
O SR.
PRESIDENTE: V. Exa.
não está procedendo
a uma Questão de Ordem, até porque todas as Emendas
foram lidas até o presente momento e a leitura desta Emenda foi requerida pelo
autor.
Em votação. (Pausa.)
O SR. RAUL
CARRION: Sr.
Presidente, solicito a palavra, para encaminhar.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O período de encaminhamento já foi encerrado.
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Num outro momento, pelos simples fato de ter havido um engano do
Presidente, se permitiram novas inscrições. Neste caso, que é uma votação
importante, eu queria encaminhar. Eu penso que, por justiça, deve ser aberto o
direito de encaminhar.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu informo a V. Exa. que assumi a Presidência dos trabalhos, após ter encerrado
o encaminhamento. Não me cabe reabrir o encaminhamento. Atendo o Requerimento
de votação nominal.
Em votação a Emenda nº 56. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda, por 12 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação a Emenda nº 57 ao PLCE nº 28/94.
)Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 62 ao PLCE nº 28/94.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa Emenda que fizemos visa a preservar,
quanto às multas, especialmente as farmácias de pequeno porte. Vejam os Srs.
Vereadores que a proposta original do Executivo prevê a aplicação de multas de
1.000 a 10.000 Unidades Fiscais Municipais. Isso significa, dependendo do
fiscal que for aplicar a multa ou do grau de irregularidade encontrada, a
inviabilização da manutenção do estabelecimento comercial. Dependendo da
natureza da multa e da possibilidade de ela receber o “efeito cascata”, pode
haver o comprometimento total da manutenção do estabelecimento. A multa
apresentada pelo Poder Executivo é totalmente excessiva. Imaginem o que
representa para uma farmácia de pequeno porte de repente receber uma multa de
5, 8 ou 10 mil reais. Isso significa talvez toda a lucratividade do seu
estabelecimento e seu conseqüente fechamento.
Assim, nos parece que houve excesso por parte
do Poder Executivo. Poderíamos negociar outros valores para essas multas, mas
lamentavelmente não houve essa possibilidade. Mas o que não podemos hoje é
aprovar as multas no nível em que o Executivo coloca no Projeto, e por isso
fizemos uma proposta no sentido de que as multas de caráter leve sejam de uma a
cem unidades fiscais municipais; nas multas graves, cento e uma a mil unidades
fiscais e nas multas gravíssimas de mil e uma a duas mil unidades fiscais, o
que seria uma multa razoável para o estabelecimento. Ainda exemplifico: muitas
vezes, como acontece em padarias, um funcionário, por interesse de prejudicar o
próprio patrão, por uma desavença trabalhista, deixa algum objeto no meio do pão
e com isso todo estabelecimento fica prejudicado, inclusive os funcionários, e
ainda existem atos de sabotagem de espionagem industrial. Existem inúmeros
exemplos, o pessoal da área da saúde tem conhecimento disso. E a mesma coisa
pode acontecer em uma farmácia, de um funcionário deixar uma caixinha já
vencida na prateleira para quando vier o fiscal encontrá-la vencida, não por
determinação do proprietário, não por análise do responsável técnico, mas por
um erro induzido de um funcionário que está projetando sua saída da empresa.
Imaginem esta empresa ser considerada por isso, dentro de uma falta grave ou
gravíssima, lhe imputada uma multa de R$ 5.000,00 ou R$ 10.000,00, seria a
inviabilização do negócio. Então, proponho aos Srs. Vereadores que aprovemos a Emenda
62 com valores menores e depois poderá
o Executivo, junto com os Sindicatos que envolvem as Empresas Farmacêuticas,
negociar até outros valores maiores. O que não podemos hoje é partir do valor
máximo e sair a negociar depois. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre tem a
obrigação, neste momento, de zelar pelos pequenos e microempresários, pois
estão dando multas pequenas e, se for o caso, sente o Secretário da Saúde,
sente o Conselho com o Sindicato respectivo, vá discutir uma outra composição e
nós aqui aprovaremos uma Emenda à legislação. Agora, hoje, Srs. Vereadores, nos
parece extremamente temerário aprovarmos um valor excessivo, pensando numa
solução que poderia ser negociada com tranqüilidade, desde que aprovássemos
essa Emenda e déssemos tranqüilidade aos estabelecimentos comerciais, que,
amanhã ou depois, não teriam suas portas fechadas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Henrique Fontana está com a palavra, para encaminhar.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O nosso encaminhamento é no sentido da
manutenção do texto original, por uma questão bastante simples: a Emenda do
Ver. Jocelin Azambuja termina limitando a possibilidade de multas no caso de
infração ao Código que estamos votando a um limite máximo de 2 mil UFMs. Se
esse limite for dado teremos uma espécie de incentivo ao delito, porque mesmo
um grande delito, envolvendo questão fundamental e importante, teria como
limite superior uma multa de 1.800 reais. Alguém poderia gerar um dano
ambiental importante na Cidade, que, por exemplo, envolva um córrego que
fornece água, etc., e o limite da multa que o Executivo poderia imprimir seria
1.800 reais, a dinheiro de hoje.
O mais importante, para esclarecer e
tranqüilizar os Srs. Vereadores, é que na regulamentação dessa Lei, é óbvio, o
limite vai de 1 UFM até 10.000. então, os pequenos comerciantes - que é a
preocupação que o Ver. Jocelin Azambuja colocou - não serão multados em 10.000
UFMs. Há faixas: 1, 2, 3, 10, 20, 30 UFMs. É preciso também reforçar que
nenhuma hipótese a multa é dada pelo fiscal. O Ver. Jocelin Azambuja colocou
que o fiscal poderia, arbitrariamente, chegar no local e aplicar uma multa
indevida ao comerciante. Quem autoriza o valor da multa é só o Coordenador da
Vigilância Sanitária ou o Secretário Municipal da Saúde.
É óbvio que um pouco de bom senso nos leva a
defender a idéia de que não devemos limitar o valor das multas, porque isso
pode levar a uma inoperância do nosso Código que estamos votando neste momento.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Solicito ao Ver. Fernando Záchia que assuma a presidência dos trabalhos para
que este Presidente possa fazer uso da tribuna.
O SR.
PRESIDENTE (Fernando Záchia): A palavra com o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero manifestar a minha preocupação com a
redação original do Código Municipal de Saúde. A emenda do Ver. Jocelin
Azambuja vem em bom tempo e se esta Casa tem a consciência de preservar o
pequeno farmacêutico nas suas unidades comerciais tem que votar sim à emenda do
Ver. Jocelin. Quem conhece o ramo farmacêutico e a Cidade de Porto Alegre sabe
que todas as pequenas farmácias, aquelas que são dirigidas pelo profissional de
farmácia, aqueles que têm uma ou duas farmácias, no máximo, estão em situação
de extrema dificuldade financeira. Conheço alguns, no bairro Bom Fim, que estão
se desfazendo do seu patrimônio para fazer frente e honrar os compromissos
financeiros da sua pequena ou média empresa. Estabelecer, neste momento, multas
que numa primeira etapa vão de uma unidade fiscal a mil unidades fiscais é uma
violência contra o pequeno e o microempresário. As grandes empresas, com a
estrutura que elas possuem, nunca vão ser vítimas dessas medidas. Agora, uma
multa dessas a uma empresa farmacêutica muitas vezes pode ficar, Ver. Henrique
Fontana, ao arbítrio dos agentes fiscais, porque ele tem de um a mil. Muitas
vezes vi um fiscal optar, como penalidade pelo máximo da multa primária. (Apartes
anti-regimentais) Infelizmente isso acontece e esta Casa no seu dever de
preservar o pequeno e o microfarmacêutico deve votar favoravelmente à emenda do
Vereador Jocelin Azambuja, para que se estabeleça uma graduação compatível para
aquele que cometer uma infração. Se existe uma preocupação de que não vão
aplicar o máximo da multa, então por que não adotar de um a cem? Não, querem ir
para o esquema do patrulhismo, do susto, de impor medo na Cidade de Porto
Alegre ao pequeno e microempresário. Nós conhecemos situações de gente que já
está devendo aí várias multas, infrações e é gente que, é verdade, está
irregular! Mas está irregular porque tem dificuldades, Ver. Dib, de regularizar
a sua situação porque o desemprego e a recessão são uma realidade neste País e
nesta Cidade. É verdade, não é culpa do PT! É verdade, a recessão e o
desemprego, vamos reconhecer, não é culpa do PT, agora, não vamos coibir e
patrulhar o pequeno e microempresário nesta Cidade. O farmacêutico é um homem
que deve ser respeitado no seu trabalho e que hoje, na atual conjuntura, frente
aos grandes grupos farmacêuticos está lutando heroicamente para se preservar.
Estabelecer multas de 1000 unidades fiscais, num primeiro momento de uma
irregularidade, é uma violência. De um a mil na primeira etapa. Então, se vai
aplicar 50, porque não graduar num primeiro momento de um a cem. Vamos
conseguir o apoio do PC do B, acredito firmemente nisso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. João Dib, para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, não com a mesma veemência do orador que me
antecedeu, eis que hoje ainda não falei, não me pronunciei nenhuma vez, vou
fazer a minha colocação na análise da Emenda do nobre Ver. Jocelin Azambuja.
Já que não tenho a mesma veemência, vou me
amparar nos conhecimentos a mim transmitidos pelo Professor Heleno Fragoso. O
Professor Heleno Fragoso colocou muito bem, numa palestra que fez, o problema
das punições. Para uma administração que faz o “vampirismo fiscal” é importante
que as penalidades sejam muito altas. Para uma administração que honradamente
fiscaliza, importa a certeza da punição. Na aula o Professor Heleno Fragoso
dizia: “Mais importante do que a grandiosidade da pena é a certeza da punição”.
Portanto, a Prefeitura que vá fiscalizar e não arrancar o dinheiro dos outros.
Eu vou pela Emenda do Ver. Jocelin Azambuja: fiscalizar!
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Raul Carrion está com a palavra.
A SRA. LETÍCIA
ARRUDA (Requerimento): Sr. Presidente, dado ao alto volume de voz do Ver. Raul Carrion, eu
pediria à Diretoria Legislativa que providenciasse a diminuição do microfone.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, me parece que esta discussão está um pouco emocional.
Eu vou tentar encaminhar a opinião do PC do B da forma mais tranqüila possível.
Eu queria analisar, simultaneamente, quais são as infrações que resultam em
multas e quais são as multas. “Infração leve: a que possa interferir no
bem-estar do indivíduo ou população, não provocando danos à integridade física
ou psíquica” - de 80 centavos a 800 Reais. Diz ainda o projeto que na fixação
da pena a autoridade observará a situação econômica do infrator. Portanto, uma
farmácia é diferente de um grande hospital. Diz mais: “Compete ao Secretário
Municipal de Saúde: multa”; quer dizer, não será nenhum fiscal a aplicar a
multa.
Primeiro, as multas levam em conta o tamanho
do estabelecimento; segundo, é o Secretário quem as aplica; terceiro, existem
circunstâncias que agravam a penalidade, existem circunstâncias que atenuam.
Não me parece que nas questões que afetam a saúde da Cidade e dos cidadãos -
multas de 80 centavos a 800 Reais, nas questões leves - sejam um exagero; a não
ser que a vida, a saúde, o bem-estar do cidadão não valham 800 Reais neste
País!
Segundo: “Infração grave que provoque danos
temporários à integridade física ou psíquica do indivíduo ou população”. Não é
qualquer coisa... O que é que vale isso? De 800 Reais a 4 mil Reais. Quer
dizer, causa-se danos à população, não permanente, mas é uma situação grave, e
isso não vale 800 Reais? E não vale 4 mil Reais?
E as gravíssimas? “A que provoque danos
definitivos à integridade física ou psíquica do indivíduo ou população”. Quanto
vale isso? Nós vivemos em uma Cidade onde a integridade física da população não
vale 4 mil reais, não vale 8 mil reais... Em que cidade estamos? Parafraseando
De Gaulle: não é uma Cidade séria se não aprovarmos esse Código! Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. GERSON
ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro à Mesa, que solicite à Secretaria Municipal
do Meio Ambiente o rol das vezes em que um fiscal determinou multas na gestão
deste Vereador, conforme palavras da tribuna.
O SR.
PRESIDENTE (ISAAC AINHORN): Vereador, V. Exa. poderá utilizar-se do Pedido de Informações.
O SR. GERSON
ALMEIDA:
Sr. Presidente, V. Exa. está tendo uma postura diferente.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, a Mesa não vai polemizar com V. Exa., embora tenha sido sempre
democrática na condução dos trabalhos.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só quero lembrar que os Requerimentos podem ser
encaminhados oralmente ou por escrito, portanto o colega tem toda a razão. V.
Exa. está alterando o Regimento.
O SR.
PRESIDENTE: Não
é uma Questão de Ordem,
Sr. Vereador. A Mesa esclarece que dentro dos padrões e trâmites do
Regimento há requerimentos que são verbais e ela pode deferir de plano e há
requerimentos que devem, de acordo com o critério da Mesa, devem ser escritos,
e é a faculdade que tem o Ver. Gérson Almeida de requerer;
Pedimos licença antes de dar a palavra ao
Ver. Reginaldo Pujol, para darmos posse ao Suplente Wianey Carlet, em
substituição ao Ver. Airto Ferronato. Convido a V. Exa. para entregar à Mesa o
seu diploma e sua declaração de bens.
A Mesa recebeu o comunicado com relação ao
impedimento dos Suplentes Vereadores Clóvis Brum e Sebastião Mello.
Convido o Plenário e a assistência para, de
pé, ouvirmos o compromisso que o suplente prestará. Convidamos o Ver. Wianey
Carlet para que faça a leitura do compromisso.
O SR. WIANEY
CARLET:
(Lê.) “Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a
autonomia municipal e exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me
foi conferido pelo povo.”
O SR.
PRESIDENTE:
Declaro V. Exa. empossado.
Uma breve correção, V. Exa. é suplente do
PMDB, mas tomou conhecimento, através do Líder da Bancada do PSDB, que V. Exa.
já assinou ficha e é filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira, o que
faz com que, num fato surpreendente, as duas Bancadas tenham dobrado de
representação nesta Casa: a Bancada do PFL, com a investidura da Vera.
Bernardete Vidal e a de V. Exa. na Bancada do PSDB.
Solicito a V. Exa. a indicação do seu nome
parlamentar.
O SR. WIANEY CARLET:
Wianey Carlet.
O SR.
PRESIDENTE:
Solicito aos órgãos competentes a devida anotação do nome parlamentar do
Vereador ora empossado. Informo a V. Exa. que integrará a Comissão de
Constituição e Justiça desta Casa pelo período da licença que vai de 23.10.96 a
25.10.96.
Informamos a V. Exa. que, tendo em vista sua
investidura, lhe é facultado um pronunciamento de cinco minutos. Como nós
estamos no meio de um processo de votação, tão logo encerre a votação do Código
Municipal da Saúde nós lhe proporcionaremos o uso da palavra, se assim o
desejar.
O SR. WIANEY
CARLET:
Desejo e peço inscrição.
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 62, ao
PLCE nº 28/94.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. a objetividade com que pretendo
pautar a minha presença na Tribuna, encaminhando a votação, não pode me retirar
o elementar dever de saudar ao Sr. Wianey Carlet que há pouco foi juramentado e
empossado aqui nesta Casa. Espero que o jovem parlamentar do Partido da Social
Democracia Brasileira tenha um período muito fértil durante o tempo que irá
permanecer na Casa.
O que se discute, Sr. Presidente, é a
intensidade das multas a serem sancionadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
o Ver. Jocelin Azambuja, autor da Emenda, acertou com muita propriedade sobre o
rigor excessivo das mesmas. O Ver. João Dib falou até do vampirismo fiscal, o
Ver. Isaac Ainhorn alertou sobre as dificuldades que as pequenas farmácias
estão vivendo na cidade de Porto Alegre, o que certamente se agravará na medida
em que se coloque essa verdadeira arma de fogo na mão dos fiscais do Município
e da Administração Municipal que, sabidamente, foi extremamente dura ao
sancionar os pequenos empresários desta Cidade. Tenho temor de que neste
período da Sessão, dada à ausência de muitos Vereadores, a matéria possa não
lograr a atenção merecida. Quero salientar isso, porque efetivamente hoje
estamos resgatando todos os discursos que fizemos aqui na Casa de apoio às
pequenas e médias empresas. A perdurar no Código Municipal de Saúde, estará
sendo submetido ao terror fiscal o que nós repudiamos em toda a plenitude
e gostaríamos de ver amenizado como
propôs o Ver. Jocelin Azambuja, que atenua fortemente essa vocação vampirista
da Administração Municipal como acertou o meu colega João Dib. Por isso, Sr.
Presidente, olhando até com tristeza, verifico que não há, no momento, o quórum
legal para a votação. Digo até - e o farei claramente - que vou terminar o meu
pronunciamento e vou sair do Plenário, numa tentativa de que se evite a votação
da importante Emenda do Ver. Jocelin Azambuja neste horário, assegurando que,
numa nova oportunidade, com o quórum mais elevado, nós possamos fazer um
esforço objetivo, sincero, eficaz na defesa das pequenas farmácias, na defesa
das pequenas empresas que estão sendo solapadas no dia-a-dia do mercado
altamente competitivo, o que será, agora, agravado, forte e rudemente, por essa
nova armadilha que se faz contra o desejo daqueles que querem continuar
trabalhando, prestando serviços à comunidade e que correm o risco de pegar
multas que, a perdurar o que está escrito na redação original, poderão atingir
nada mais nada menos que 10 mil unidades fiscais. Isso, em muitos casos, é o
valor do estoque dessas pequenas farmácias que se espalham pela Restinga, pela
Bom Jesus, pelos bairros de Porto Alegre.
Então, Sr. Presidente, concluo dizendo,
claramente: vou tentar uma medida regimental para ver se salvo essa Emenda tão
importante, do Ver. Jocelin Azambuja que teve a alta sensibilidade de flagrar
essa situação e tentar reduzir essa fúria fiscal da Administração do Município,
que quer, como um verdadeiro vampiro - repito, Ver. João Dib -, sugar o sangue
dos nossos pequenos empresários, que só são apoiados no discurso, porque, na
prática, são duramente castigados, como se pretende com a aprovação desse
dispositivo no Código, na hipótese de ele não ser emendado pela perspicácia e
pela sensibilidade do Ver. Jocelin Azambuja que, em boa hora, colocou essa
disposição e Emenda que eu gostaria de ver aprovada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 62. Votação nominal a pedido do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a
chamada.) APROVADA, por 17 votos SIM, 12 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 01, de autoria da
Vera. Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 02, de autoria da
Vera. Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 03, de autoria da
Vera. Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04, de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 05, de autoria do Ver.
Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 09, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Em face da aprovação da Emenda nº 09, fica
prejudicada a Emenda nº 53.
Em votação a Emenda nº 10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 14 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 19 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 25 (Pausa.) (Após a
chamada.) REJEITADA por 10 votos SIM, 14 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 26 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda nº 26.
Em votação a Emenda nº 28 (Após a chamada.) REJEITADA Emenda nº 28 por 08 votos SIM, 15 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 37 Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADA.
Em votação a Emenda nº 38 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 39 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 40 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 41 (Pausa.)
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Requeiro seja lido o Art. 76 para que os Senhores
Vereadores entendam onde é feito o acréscimo.
O SR.
PRESIDENTE: (Lê.)
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Solicito votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE:
(Após a chamada.) REJEITADA a emenda
nº 41, por 4 votos SIM, 22 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Em votação a Emenda nº 42 de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 43 de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 44 de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 45 de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal a Emenda nº 52 de autoria
do Ver. Jocelin Azambuja. (Após a chamada.) REJEITADA, por 3 votos SIM
, 19 votos NÃO e 3 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 54 de autoria do
Ver. Jocelin Azambuja. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 58 (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Emenda nº 59 de autoria do Ver.
Jocelin Azambuja. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 61 de autoria do Ver.
Jocelin Azambuja. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 63 de autoria do Ver.
Henrique Fontana. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 64 de autoria do Ver.
Henrique Fontana. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 65 de autoria do Ver.
Henrique Fontana. (Pausa.)
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, solicito votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE:
(Após a chamada.) REJEITADA a Emenda
nº 65, por 10 votos SIM, 15 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 66, ao PLCE 028/94.
(Após a chamada.) REJEITADA a Emenda
nº 66, por 13 votos SIM, 14 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 67, ao PLCE 028/94.
(Após a chamada.) REJEITADA, por 11
votos SIM, 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 68 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 69 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 70 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 71 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 72 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 73 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 02 à Emenda nº 03
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 05
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Subemenda nº 02 à Emenda nº 05
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 70
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Nós informamos que se encerrou a votação do
Código Municipal da Saúde.
Para um Requerimento, está com a palavra o
nobre Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, dada a importância e a grandiosidade do Projeto
aprovado, eu solicitaria que os Vereadores recebecem cópia da Redação Final.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa defere de plano o pedido de V. Exa.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no sentido de colaborar com a Mesa
e até porque o Ver. Wianey Carlet não tem experiência na Casa, indago a V. Exa.
se neste momento poderia ser deferida a palavra a ele, já que concluímos a
votação do Código da Saúde.
O SR.
PRESIDENTE:
Perfeitamente, a Mesa defere por cinco minutos a palavra ao Ver. Wianey Carlet.
O SR. GÉRSON
ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que a Mesa ouça a Auditoria da Casa sobre a
correta interpretação do art. 94, seus parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º. Por favor, a
matéria versa sobre que temas exigem, por escrito, Requerimento à Mesa e que
temas não exigem.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa defere de plano o Requerimento de V. Exa., a ouvida da Auditoria.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sabe que uma das coisas que eu mais quero é ouvir o
meu amigo Wianey Carlet, que admiro muito, inclusive quando faz os comentários
através do rádio. Mas eu pergunto a V. Exa. o seguinte: “Estando nós, agora, na
Ordem do Dia e sem ter encerrado a Ordem do Dia, V. Exa. pode conceder esses 5
minutos ao orador?
O SR.
PRESIDENTE:
Eu tenho dúvidas regimentais, mas considerando a soberania do Plenário, coloco
em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Sr. Wianey Carlet está com a palavra.
O SR. WIANEY
CARLET: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a minha saudação à bancada do PMDB, pela qual fui
eleito, a minha saudação, com igual ênfase, à bancada do PSDB, que integro, e a
todos os presentes.
Eu devo ter sofrido, esta tarde, um dos
sustos mais violentos, dado o inesperado, pela informação, da forma como a
recebi, de que deveria comparecer rapidamente a esta Casa, para assumir. A
primeira reação que tive, movido por aquela culpa bem brasileira, foi a de que
não havia feito nada e, portanto, não podia assumir coisa alguma. Mas me foi
explicado de que eu deveria assumir temporariamente uma cadeira nesta Câmara de
Vereadores. creio que o meu primeiro pensamento, após esse comunicado, não
poderia ser outro senão de agradecimento a Deus por me proporcionar, ainda no
ocaso desta Legislatura, a honra que não pode ser maior, de qualquer membro de
uma sociedade, a qual seja de representar esta comunidade. Não creio que possa
ter grandeza maior na vida de um homem do que dedicar, que seja, cinco minutos
da sua vida em nome e em respeito aos interesses da sociedade que integra.
Eu temia que esta Legislatura se acabasse e eu
não pudesse ter a oportunidade de dizer, de fazer com que vertesse espontânea e
fartamente do meu coração esta que é a minha convicção, de que não pode haver
honra maior para um cidadão do que representar a sua comunidade, mesmo que seja
por poucos dias ou por poucas horas.
Acho que é indispensável que eu faça o
registro de uma expectativa que poderia ter ênfase e a eloqüência de um
protesto, mas não o será; que poderia ter, certamente, a veemência de uma
requisição, mas não o será. Eu prefiro colocar apenas como um registro de um
profissional, de um jornalista que há vinte anos dedica sua vida a esse mister
e que se insurge contra uma realidade que é nossa, que é nociva aos interesses
de Porto Alegre.
Não cabe nem haveria tempo para investigar
nem aprofundar uma investigação que pudesse apontar a causa verdadeira que
origina, que decreta essa injustiça. O que eu quero dizer é que sempre, não
neste momento, assalta-me o desejo de manifestar esse pensamento; ele foi um
pensamento que sempre manifestei e muitas vezes, quando tive a oportunidade de
promover uma correção, por mínima que seja dessa realidade, eu o fiz, no
exercício de minha profissão. Eu acho que é profundamente injusto o quase
desprezo, o quase esquecimento que se dedica a esta Casa pelos meios de
comunicação de Porto Alegre. Eu sou jornalista e é no burgo, é na urbe, é na
Cidade, é no Município, que a atividade do homem público tem uma importância
que, talvez, não seja encontrada em instância superior de outros parlamentos,
porque o que se decide aqui atinge diretamente a vida do cidadão. E,
certamente, o que aqui se faz, aqui deveria ser melhor divulgado, aqui deveria
merecer espaço maior, para o cidadão, aquele que um dia compareceu diante de
uma urna para dizer ‘esse ou essa vai me representar no parlamento municipal,
na minha cidade, esse está fazendo ou deixando de fazer, esse está me
representando conforme prometeu ou não está. Esse registro faço questão de
fazer nesta hora. A minha expectativa é de que um dia esse quadro se altere, a
minha esperança é de que um dia se corrija esta injustiça e digo isso não para
ser agradável aos senhores, porque é conseqüência de minha consciência, do meu
entendimento. Esta Casa é Porto Alegre. Aqui pulsa o coração de Porto Alegre e
não se pode anestesiar um coração apenas por falta de sensibilidade. Agradeço a
acolhida que os Senhores me dedicaram aqui, me comoveu, e se soubesse que iria
assumir hoje, com mais antecedência, certamente, teria colocado, como diriam os
antigos, uma fatiota domingueira, mas aqui me apresentei com o meu fardamento
de trabalho e ainda contei com a generosa e prestimosa colaboração do Ver.
Giovani Gregol que me emprestou o seu paletó. Muito obrigado pela recepção que
os senhores, generosamente, me concederam.
Fica aqui o meu registro e a honra que sinto
em integrar esta Casa, por poucos dias, mas, certamente, não haverá nada que
supere a honra, o prazer e a satisfação do que constar no meu currículo pessoal
que um dia fui Vereador de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (ISAAC AINHORN): Questão de Ordem com o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de fazer um registro. O art. 12, parágrafo 7º
do Regimento, diz que o Suplente após a prestação do compromisso legal, poderá
fazer uso da palavra por cinco minutos. V. Exa. estava certo.
O SR.
PRESIDENTE:
Muito obrigado, Vereador.
RENOVAÇÃO DE
VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 1515/96 - VETO PARCIAL
AO PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/96, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para
o ano de 1997, e dá outras providências.
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela manutenção do Veto Parcial;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Dib:
pela rejeição do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, maioria absoluta
de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- renovação de cotação nos
termos do Art. 196 do Regimento da CMPA;
Na apreciação do Veto,
vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o PLE nº 031/96, Processo nº 1515/96, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 1997, e dá outras providências. (Após a chamada.) A Mesa apregoa
o resultado: 03 votos SIM, 12 votos NÃO. Anulada a votação por falta de quórum.
Encerrada a presente Sessão Ordinária. Convocamos os Srs. Vereadores para a
Sessão Extraordinária a ser realizada às 18 horas.
(Encerra-se a Sessão às 17h57min.)
* * * * *